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Tim Healey fala antes de tocar na Orbital em Curitiba

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tim healey fala antes de tocar na orbital em curitiba
Tim Healey é um inglês vindo da cidade litorânea de Brighton, localizada na costa sul da Inglaterra que não se limita a um estilo de som específico. Utilizando-se das influências de hip-hop, soul, funk, punk-rock hardcore, jazz e muitas outras coisas, ele faz um electro de primeira qualidade que conquistou toda a Europa. Ele se apresenta às 21:30 na Orbital Curitiba, confira entrevista:

*Entrevista cedida pela revista Essential Mag

1. Como você entrou no mundo eletrônico antes de sua carreira começar?
Sou DJ desde os 13, tocava guitarra e bandas desde essa data. Descobri a dance music em 1987. Gostava dos sons do synth-pop do início dos anos 80 e depois encontrei o rap, e a progressão lógica foi amor à dance music, especialmente Pump Up The Volume, que me fez pirar. Comecei a programação e produção musical em 1993. Costumava trabalhar para a Sony em seu Top estúdio, em Londres. Lancei meu primeiro release em 96 e não parei mais! Já lancei mais de 100 singles e quatro álbuns, além de ter produzido para artistas pop como Liberty X e remixado artistas como Pharell, Gwen Stefani e Sam Sparro.

2. Quais os clubes que você freqüentava antes da sua carreira?

Eu freqüentava minha própria noite semanal numa boate quando eu tinha 17. Toquei jazz, funk, rare-grooves e tínhamos "música rave". A noite chamava UNITY(!). Eu costumava ir para "free parties" e também aos clubes de Londres.

3. Qual a sua influência, em gostos musicais eletrônicos e/ou em outros estilos?
Tenho uma enorme coleção musical, compro todo tipo de coisa o tempo todo – desde clássica, jazz, world music, rock, rap, pop, indie... Boa música é boa música. Tenho exemplos de quase todos os estilos de música em minha coleção. Também escuto uma enorme quantidade de dance music que me mandam todas as semanas.

4. Qual a situação mais engraçada que já rolou nas suas gigs?

O melhor lugar que estive foi no Burning Man Festival, ano passado, no Deserto de Nevada (EUA). Foi incrível, tinha dois lança-chamas em cima da cabine e eu poderia controlá-los a partir dos próprios decks! Três mil pessoas chegaram a me ouvir tocar. A organização me colocou, junto com a minha namorada, num luxuoso ônibus de turnê de rock'n'roll com a nossa própria sala – eu tinha uma cama dupla, DVD, ar condicionado, ducha, banheiro, cozinha, tudo no meio do deserto. Convidaram-me pra voltar este ano, inclusive já tenho meus vôos reservados. No Reino Unido, há também um festival louco chamado The Secret Garden, onde toco todo ano.

5. O que você faz nas horas vagas?

Tenho duas crianças que tomam a maior parte do meu tempo quando não estou no estúdio ou discotecando pelo mundo. Eles são ótimos. Fiz uma faixa com a minha mais velha, que agora tem 6. Ela toca o CD em sua escola, nas aulas de dança! Minha filha fez o bassline e escreveu a letra. Sua primeira canção aos 6 anos. Muito legal, não?

6. 2008 parece ser o ano de Tim Healey na produção e não apenas na discotecagem. Onde está o seu principal impulso neste ano?

Nas parcerias. Eu já tenho uma sintonia com o TC – indiscutivelmente o top artista atualmente no Reino Unido do drum’n’bass, produtor muito talentoso e um incrível DJ. Pessoas como ele e Pendulum têm bastante crédito/respeito na cena D&B do Reino Unido. Outro parceiro é o Steve Mac, que concordou em fazer várias músicas comigo. Atomic Hooligan e Dylan Rhymes (produtor de house há 15 anos) também. Estou fazendo um trabalho com o Death Kit, um com Drinks, e estou também co-produzindo com um cara muito talentoso chamado Dean, do Scarlet Street Resistance. Isso me mantém inspirado, acho que eu ficaria louco se eu tivesse que produzir sozinho o tempo todo. O plano é ter um álbum pronto para o verão. No ano passado, seis faixas do Coburn foram licenciados para a HBO nos EUA. Meus principais projetos de produção para este ano, fora meu álbum solo, será o Death Kit e Drinks.

7. O minimal é o som do momento agora, você flutua nesse barco?

Como um movimento, acho o minimal um pouco triste. Eu penso primeiro na música acima de tudo, e, em seguida, se serve ou não para pista de dança. Pra mim é muito importante a estrutura das faixas, e isso não significa apenas desenvolver um efeito. Eu crio um monte de melodias sobre guitarras e em seguida transfiro para um synth. Gosto de poder oferecer coisas com vocais e coisas melódicas ao público. Não que a música precise ser extravagante! Não tenho receio de usar vocal e melodia de conteúdo, e penso que isso me coloca além de um monte de outros DJs e produtores. Todos os meus DJs favoritos, não importa o estilo, são mais conhecidos por abraçar a música como um todo, em primeira instância, e isso é importante.

8. Quais são seus próximos remixes ousados?

Black & Gold, de Sam Sparro (Island Records), sai em fevereiro. Disque 1, de The Classixx, pela gravadora Instereo, um selo dos EUA do DJ Dan que eu encontrei quando toquei no enorme Burning Man Festival nos EUA, no ano passado. O outro remix é The Flow, com Dylan Rhymes, um dos top produtores de electro do Reino Unido.

9. Você disse que adora o Brasil. O que o torna tão especial para você?

No Brasil, você pode ter electro, house e psytrance no mesmo palco em um clube ou em uma festa e boa. O Festival 1200 (2006), que passou, tanta gente ligada a uma forma diferente de olhar e toda a noite que toquei para mim foi espetacular, ainda estou muito orgulhoso do que fizemos. Minha história no Brasil começou em 2005, quando fui tocar no Festival Solaris, basicamente seis dias de festival trance. Chamei-os para certificarem-se de que eles sabiam o tipo de coisa que toco, e soube que fui recomendado por Gabe, do Wrecked Machines, para fechar o festival. Eu estava incrivelmente com sorte, eu fiz provavelmente o melhor set de todo o festival, domingo à tarde, das 3 as 6, o único DJ que tocou três horas e embalou a festa por um grande tempo, com as pessoas e todos os outros artistas dançando e me perguntando sobre as faixas que eu estava tocando... O Brasil é definitivamente meu país favorito para tocar, em todo o mundo por um longo tempo. Toquei recentemente na Pacha, em São Paulo e aparentemente levei mais pessoas do que Erick Morillo, o que me espantou um bom bocado. O conheci antes e sinceramente, ele não foi muito agradável.

10. Muitas pessoas esperam ansiosas sua vinda ao Brasil. Algum recado pra eles?
Vejo vocês na pista de dança. Biiiiiig Love!

Rápidas!

1. Quem (vivos ou mortos) você convidaria para uma festa? “Jack Nicholson, Hugh Heffner, Lenny Kravitz, Courtney Love, Phil Spector, Marvin Gaye, Ian Curtis e seus parceiros (sem armas)”.

2. Justin ou Jay-Z? “Eu acho que ambos têm os seus méritos! Jay-Z, porque ele não é fabricado. Mas gostaria de trabalhar com ele em seu próximo álbum - se o meu agente a permitir”.

3. O que está no seu bolso agora? “As chaves para o meu jag, uma palheta de guitarra, uma coleção de cartões de crédito e um cartão de visita do cara que projetou o synth Tenori-on”.

4. Beatles ou Stones? “Os Beatles foram um pouco precoce, mas o mesmo pode-se dizer do recente álbum dos Stones... Os Stones ganham, na frente de todos, apenas por terem Keith Richards na banda”.
Fonte: Assessoria de Imprensa (01/03/2008)
 

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