Difícil explicar o que ocorreu na Rua XV de Novembro quarta-feira à noite. Por volta das 19h40min, os integrantes do Desfile da Oktoberfest começaram a entrar na via. Música, dança, chope e alegria começaram a tomar conta de todos, mas um anúncio veio do céu. Chuva, 15 minutos depois do início da apresentação, a mesma que passou pela cidade durante toda a tarde e deixou prejuízos. Por segundos, houve silêncio e as pessoas se entreolharam.
Um barril de chope é muito pouco para nós. Lava bem, lava bem a tua marreca. Ein prosit, ein prosit. Assim como os pingos da chuva engrossaram, a vontade de atravessar a rua também aumentou entre os fritz e fridas que não pararam de pular e cantar. O público, esse sim, deu uma lição. Ninguém arredou um centímetro da calçada, não se ouviu nem se viu um carro saindo do lugar. Guarda-chuvas, sim, tomaram conta da cena, mas não atrapalharam.
A água, vista por muitos como empecilho e que caiu por meia hora, lavou a timidez e levou embora tudo o que poderia esconder o motivo da festa existir: a coragem de um povo que reconstruiu uma cidade após dois anos seguidos de enchentes: 83 e 84. Em vez de desanimar e se esconder, os descendentes de alemães e aqueles que adotaram os germânicos como uma nova família chamaram os espectadores para cantar e dançar.
As crianças e os mais velhos deram o exemplo. Nada de ficar embaixo da saia da mãe ou dentro dos carros alegóricos. A festa é responsabilidade de todos. Quanto mais a chuva engrossou, mais necessidade todos sentiram de não deixar escorrer o entusiasmo, mesmo na ausência dos brinquedos da Planetapéia que, devido ao temporal, não se apresentaram ontem na Rua XV de Novembro.
Cabelos molhados, maquiagem desfeita, vestidos e sapatos encharcados e até instrumentos carregados de água. Nada foi motivo para abandonar um dos maiores espetáculos da 25ª edição da Oktoberfest, o desfile desta quarta-feira.
Fonte: Assessoria de Imprensa (16/10/2008)